O número de doadores de órgãos e tecidos no Brasil cresce a cada dia, mas infelizmente o índice de transplantes realizados no país ainda fica muito aquém do necessário devido a falta de condições estruturais para captação e distribuição desses materiais. Se não fosse o excessivo descaso das autoridades Brasileiras com nosso precário e obsoleto sistema público de saúde; esse ato de generosidade de um único doador poderia tranquilamente salvar ou melhorar a qualidade de vida de pelo menos 25 pessoas... Mas independente disso, é importante que façamos nossa parte: para
ser doador não é necessário deixar documento por escrito, cabe aos familiares
autorizarem a retirada após a constatação da morte encefálica. Neste quadro não
há mais funções vitais e a parada cardíaca é inevitável. Embora ainda haja batimentos cardíacos a pessoa com morte cerebral não
pode respirar sem ajuda de aparelhos. O processo de retirada dos órgãos pode
ser acompanhado por um médico de confiança da família. É fundamental que os
órgãos sejam aproveitados enquanto há circulação sanguínea para irrigá-los. Mas
se o coração parar, somente as córneas poderão ser aproveitadas. Quando um doador efetivo é reconhecido, as centrais de transplantes das
secretarias estaduais de saúde são comunicadas. Apenas elas têm acesso aos
cadastros técnicos de pessoas que estão na fila. Além da ordem da lista, a
escolha do receptor será definida pelos exames de compatibilidade com o doador.
Por isso, nem sempre o primeiro da fila é o próximo a ser beneficiado. As
centrais controlam todo o processo, coibindo o comércio ilegal de órgãos. A doação é regida pela Lei nº 9.434/97. É ela quem define, por
exemplo, que a retirada de órgãos e tecidos de pessoas mortas só pode ser
realizada se precedida de diagnóstico de morte cerebral constatada por dois
médicos e sob autorização de cônjuge ou parente. A doação de órgãos também pode ser feita em vida para algum membro da família ou amigo, após avaliação clínica da pessoa. Nesse caso, a compatibilidade sanguínea é primordial e não pode haver qualquer risco para o doador. Os órgãos e tecidos que podem ser retirados em vida são rim, pâncreas, parte do fígado, parte do pulmão, medula óssea e pele. Para doar é necessário ser parente de até quarto grau, cônjuge ou ter autorização judicial.
Órgãos e tecidos que podem ser doados:
• Coração (retirado do doador antes da parada cardíaca e mantido fora do
corpo por no máximo seis horas);
• Pulmão (retirados do doador antes da parada cardíaca e mantidos fora
do corpo por no máximo seis horas);
• Rins (retirados do doador até 30 minutos após a parada cardíaca e
mantidos fora do corpo até 48 horas);
• Fígado (retirado do doador antes da parada cardíaca e mantido fora do
corpo por no máximo 24 horas);
• Pâncreas (retirado do doador antes da parada cardíaca e mantido fora
do corpo por no máximo 24 horas);
• Valvas Cardíacas
• Córneas (retiradas do doador até seis horas depois da parada cardíaca
e mantidas fora do corpo por até sete dias);
• Medula óssea (se compatível, feita por meio de aspiração óssea ou
coleta de sangue);
• Pele (retirados do doador até seis horas depois da parada
cardíaca);
• Cartilagem (retirados do doador até seis horas depois da parada
cardíaca);
• Ossos (retirados do doador até seis horas depois da parada cardíaca e
mantidos fora do corpo por até cinco anos);
• Sangue