A ministra da Secretaria de Direitos Humanos (SDH),
Maria do Rosário, manifestou preocupação em relação ao aumento da violência
contra moradores de rua. Segundo ela, é necessário que estados e municípios
desenvolvam ações específicas para esse público. “Queremos desencadear no País
um sentido de direitos e perspectiva para essas pessoas”, disse na
segunda-feira (12).
Na manhã do último sábado (10), novos atentados
contra moradores de rua foram cometidos no Distrito Federal e em Mato Grosso do
Sul. No DF, foram mortos, a tiros, dois moradores de rua, enquanto dormiam sob
árvores na cidade de Taguatinga. No mesmo dia, em Campo Grande (MS), um morador
de rua foi amarrado a uma árvore e teve 40% do corpo queimados. Ele está
internado.
Há cerca de 15 dias, no DF, um comerciante
contratou por R$ 100 um grupo de jovens para queimar dois homens que moravam em
frente à sua loja. Uma das vítimas morreu e a outra ainda está internada em
estado grave no Hospital Regional da Asa Norte, em Brasília.
A ministra disse que marcou reuniões com
governadores de vários estados para tratar do assunto.
Ao tomar conhecimento dos atentados, a SDH decidiu
antecipar a reunião do Comitê de Monitoramento da População em Situação de Rua,
que só iria se encontrar no fim do mês. “Tivemos uma reunião de trabalho hoje
[segunda-feira, 12], vamos seguir com reuniões e quinta-feira (15) teremos uma
reunião do Comitê de Monitoramento da População em Situação de Rua, com a
participação dos ministérios, para apresentar uma série de propostas”, disse a
ministra.
A pedido da SDH e do Ministério de Desenvolvimento
Social e Combate a Fome (MDS), o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) fará um levantamento detalhado sobre as populações de rua em
todo País. “Teremos a possibilidade, em 2012, de verificar um censo dessa
população e as condições de vida, as carências e as necessidades [dos moradores
de rua], que são grandes”.
Um levantamento feito por associações de catadores
de lixo aponta que em 2011 ocorreram 142 mortes de moradores de rua. Em 2008,
uma pesquisa coordenada pelo MDS indicou que existem 31,9 mil adultos morando
nas ruas em 71 municípios com grande contingente populacional. Segundo o
estudo, as pessoas acabam indo para as ruas pelo abuso do uso de álcool e
drogas, pelo rompimento de vínculos parentescos, pelo desemprego e pela
violência.
De acordo com Maria do Rosário, é necessário
oferecer documentação para toda essa população. “Garantir os direitos e a
dignidade dessa população é uma meta que temos. Essas pessoas estão contadas
entre os 16 milhões de brasileiros que serão beneficiados pelo programa Brasil
Sem Miséria”.
Fonte: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome, e Secretaria nacional de Direitos Humanos.
13/03/2012 - Portal Brasil