segunda-feira, 5 de março de 2012

Projeto Soldado Cidadão capacita militares para o mercado de trabalho


Criado em 2004, o Projeto Soldado Cidadão já ajudou a qualificar 165 mil militares para o mercado de trabalho. Somente no ano passado, cerca de 16 mil soldados tiveram a oportunidade de fazer cursos técnicos e profissionais nas áreas de telecomunicações, informática, construção civil, alimentícia e saúde, entre outras. O principal objetivo do projeto é auxiliar os militares que estão prestes a se desligar das Forças Armadas a encontrar uma ocupação. Os cursos são gratuitos e ministrados em parceria com instituições do Sistema S (como o Senai e o Senac) e outras entidades ligadas ao ensino profissional e técnico.
O soldado cidadão está presente em 134 municípios brasileiros que contam com instalações militares. A oferta de cursos é regulada de acordo com a demanda e o perfil econômico de cada região. 
Um exemplo bem sucedido é o do ex-soldado Reginaldo Gonçalves da Silva, de 28 anos, que serviu no Batalhão de Infantaria da cidade de Cruzeiro do Sul, no Acre, entre 2003 e 2010. Um ano antes de sair do Exército, teve a oportunidade de fazer um curso de panificação e confeitaria no âmbito do Soldado Cidadão. As aulas foram de responsabilidade do Senai, que utilizou as dependências do próprio batalhão para atender à turma de 24 alunos da qual Silva fez parte. Assim que retornou à vida civil, Silva reuniu as economias e construiu a própria panificadora em Cruzeiro do Sul (localizada a 600 quilômetros de Rio Branco). Hoje, o microempresário já conta com dois funcionários e tem planos de ampliar o negócio até o fim do ano. “Quero abrir um açougue e uma cantina dentro da padaria”, diz Silva, que estudou até o nível fundamental.
Os cursos são realizados no horário do expediente e duram dois meses, com carga mínima de 160 horas. O Ministério da Defesa estima que pelo menos 67% dos beneficiados pelo programa acabam fazendo carreira na mesma área em que foram qualificados pelo projeto.
Como a demanda pelas vagas do Soldado Cidadão é maior do que a oferta, a participação nos cursos acaba servindo como prêmio para militares com boa conduta ou que tenham condição econômica precária.

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