Criado em
2004, o Projeto Soldado Cidadão já ajudou a qualificar 165 mil militares para o
mercado de trabalho. Somente no ano passado, cerca de 16 mil soldados tiveram a oportunidade
de fazer cursos técnicos e profissionais nas áreas de telecomunicações,
informática, construção civil, alimentícia e saúde, entre outras. O principal
objetivo do projeto é auxiliar os militares que estão prestes a se desligar das
Forças Armadas a encontrar uma ocupação. Os cursos são gratuitos e ministrados
em parceria com instituições do Sistema S (como o Senai e o Senac) e outras
entidades ligadas ao ensino profissional e técnico.
O soldado
cidadão está presente em 134 municípios brasileiros que contam com instalações
militares. A oferta de cursos é regulada de acordo com a demanda e o perfil
econômico de cada região.
Um exemplo bem sucedido é o do ex-soldado Reginaldo Gonçalves da Silva, de 28 anos, que serviu no Batalhão de
Infantaria da cidade de Cruzeiro do Sul, no Acre, entre 2003 e 2010. Um ano
antes de sair do Exército, teve a oportunidade de fazer um curso de panificação
e confeitaria no âmbito do Soldado Cidadão. As aulas foram de responsabilidade
do Senai, que utilizou as dependências do próprio batalhão para atender à turma
de 24 alunos da qual Silva fez parte. Assim que
retornou à vida civil, Silva reuniu as economias e construiu a própria
panificadora em Cruzeiro do Sul (localizada a 600 quilômetros de Rio Branco).
Hoje, o microempresário já conta com dois funcionários e tem planos de ampliar
o negócio até o fim do ano. “Quero abrir um açougue e uma cantina dentro da padaria”,
diz Silva, que estudou até o nível fundamental.
Os cursos
são realizados no horário do expediente e duram dois meses, com carga mínima de
160 horas. O Ministério da Defesa estima que pelo menos 67% dos beneficiados
pelo programa acabam fazendo carreira na mesma área em que foram qualificados
pelo projeto.
Como a
demanda pelas vagas do Soldado Cidadão é maior do que a oferta, a participação
nos cursos acaba servindo como prêmio para militares com boa conduta ou que
tenham condição econômica precária.
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