terça-feira, 12 de junho de 2012

RELATÓRIO DA VIAGEM PARA CAIOBÁ

Peço desculpas pela demora na conclusão e postagem do meu relatório sobre a viagem e a estadia nas dependências do SESC CAIOBÁ, no litoral paranaense, de 30/05 à 03/06, durante a participação da equipe de rúgby paralímpico da ANDEF, no quinto campeonato brasileiro da modalidade.
Nosso saldo não foi dos melhores, diante das perspectivas de resultados pretendidos pela equipe(ser campeões da segundona e garantir uma vaga na primeira divisão do ano que vem). Infelizmente, depois de perdermos um dos nossos principais atletas, por ter sido considerado inelegível pela banca classificadora para prática da modalidade, nossa equipe terminou a competição com um tímido quarto lugar e sem a tão almejada vaga. Apesar dos pesares, o campeonato mais uma vez foi um grande sucesso. Nosso único grande problema, também mais uma vez, foi a velha e crônica falta de acessibilidade, que é um dos principais entraves para inclusão social da pessoa com deficiência no nosso país.
Os problemas já começaram na viagem de ida, ao embarcarmos nas aeronaves da web jet, no aeroporto Santos Dumont, onde nos deparamos com uma equipe de bordo completamente despreparada e sem a menor noção de como auxiliar ou fazer a transferência de uma pessoa da cadeira de rodas para poltrona do avião; um procedimento relativamente simples, desde que as pessoas saibam como fazê-lo.
Já nas instalações do SESC CAIOBÁ, que nada fica devendo aos mais luxuosos hotéis de cinco estrelas, com direito a vista pro mar, lan house, piscinas, restaurante, café, sala de cinema... Entre outras coisas; por mais incrível que possa parecer, as cadeiras de rodas simplesmente não passavam nas portas dos banheiros. O que acabou causando um grande transtorno, uma vez que, haviam pelo menos 70 cadeirantes hospedados ao mesmo tempo, entre atletas, dirigentes, stafs e organizadores do evento.

O embarque da viagem de volta não foi diferente do da ida, mas o desembarque sim: foi muito pior; tivemos que desembarcar na pista, pela escada e com ajuda ineficiênte da mesma equipe de bordo despreparada que nos auxiliou na ida, porque o único ambulift disponível no aeroporto internacional do Rio de Janeiro estava quebrado. O resultado disso foi um atraso de aprximadamente 1 hora e meia no nosso desembarque, já que éramos dez cadeirantes e três muletantes, descendo lentamente degrau por degrau, um de cada vez. Esse fato seria menos preocupante e passaria despercebido como tantos outros, se o Rio de Janeiro não fosse uma das capitais brasileiras que se prepara para sediar grandes eventos internacionais, a começar pela Rio +20.

A conclusão que chegamos e o que tudo indica, é que ainda temos um longo caminho a percorrer e muito trabalho pela frente, até que o direito de ir e vir das pessoas com deficiência, garantido pela constituição federal brasileira, seja literalmente respeitado no nosso país!!!